Equipamento que se adapta a qualquer tamanho e reduz em um terço o tempo de socorro à vítima de fratura será apresentado dia 10 de julho ao Ministério, em Brasília.
O kit de imobilização ortopédica que substitui a atadura, criado pelo subtenente dos Bombeiros de Roraima, Eudes Valério, será apresentando ao Ministério da Saúde, em Brasília, no próximo dia 10 de julho. O material garante agilidade no atendimento a vítimas com fraturas.
Além do Ministério, o equipamento, batizado pelo militar de V-KIO, será exibido à Força Nacional de Segurança e ao Corpo de Bombeiros de Brasília.
O kit já é usado desde 2017 por equipes locais dos Bombeiros que atuam no atendimento pré-hospitalar e também pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Boa Vista.
Desde que criou o kit, Valério esperava por uma oportunidade de apresentá-lo ao Ministério. A expectativa é que o órgão invista na ideia.
"As pessoas sempre diziam que esse kit deveria estar em todas as ambulâncias do Samu e qualquer outra instituição de atendimento pré-hospitalar. Agora, após muita dedicação e aperfeiçoamento na idealização, o V-KIO finalmente vai chegar ao Ministério da Saúde", disse, ansioso.
Inédita, a invenção já foi patenteada pelo bombeiro e possui ainda certificado da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Todo o processo, entre a ideia inicial, o registro oficial e fabricação dos primeiros kits durou cerca de um ano - entre 2016 e 2017.
Sobre o kit
O kit desenvolvido por Valério é composto por quatro faixas ajustáveis de velcro que são envolvidas nas talas de imobilização. O material, segundo ele, reduz em até um terço o tempo do socorro.
As faixas são coloridas e possuem tamanhos P, M, G e GG, que podem ser usadas em pessoas de qualquer tamanho e peso. O material é reutilizável e pode ser usado até 10 mil vezes, ao contrário da tradicional tala, que é descartável e gera lixo hospitalar.
As cores para de cada faixa têm como base os mesmos tons do colar cervical, onde cada uma representa um tamanho e é de fácil identificação por quem vai manusear o equipamento.
Rapidez no atendimento
Antes de por em prática o uso do kit, Valério fez vários testes para provar a eficiência no atendimento.
Na imobilização tradicional, com ataduras e talas rígidas em fraturas do fêmur, por exemplo, o tempo de atendimento é de pouco mais de cinco minutos. Com o uso do V-KIO, o tempo cai para dois minutos.
Em casos de fraturas em membros superior, como ossos do braço, o trabalho com atadura e tala dura mais de três minutos. Com o kit, o atendimento é reduzido a 55 segundos.
As principais caraterísticas do kit são a agilidade no atendimento ao paciente e eficiência, pois o membro fraturado pode permanecer imobilizado pelo tempo que for necessário, sem afrouxar o deformar; e a reutilização, bastando apenas passar por antissepsia e esterilização, não produzindo o lixo hospitalar, ao contrário do que ocorre com a atadura.
fonte: G1