Natural de São Marcos, na serra gaúcha, ele estava internado desde dezembro.
Comandante Militar do Sul até abril de 2020, o general da reserva Geraldo Antônio Miotto morreu nesta quarta-feira (20), vítima de covid-19. Ele tinha 65 anos e era natural de São Marcos, na serra gaúcha, onde nasceu em 20 de março de 1955.
Miotto, apesar de não ser fumante, manter cuidados com a alimentação e ser praticante habitual de exercícios (como corrida e musculação), foi atingido pelo coronavírus em dezembro, com comprometimento da capacidade pulmonar. No primeiro dia daquele mês, o general foi internado no Hospital Militar de Área de Porto Alegre. Ele ficou num leito de enfermaria e, por dois dias, se comunicou com familiares e também pelo Twitter, rede em que era bastante ativo.
Mas a piora no quadro respiratório motivou a transferência dele para uma UTI do Hospital da Aeronáutica, em Canoas. Dali foi removido para o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, onde permaneceu na UTI até esta quarta-feira, quando não resistiu.
O vice-presidente do Brasil, general Hamilton Mourão, manifestou-se sobre a morte do colega em mensagem enviada à colunista Kelly Matos:
— Geraldo Antônio Miotto foi um soldado na verdadeira acepção da palavra. Um homem simples, decidido, amigo leal. Estou muito triste — afirmou.
Por meio de nota, o Comando Militar do Sul (CMS) afirmou que recebeu a notícia com "pesar e muita tristeza" e que "neste momento de dor, se solidariza com familiares e amigos, e expressa as mais sinceras condolências pela perda, como também, agradece a dedicação do trabalho prestado ao Exército Brasileiro e ao Brasil".
Antes de ir para a reserva, em 2020, Miotto ascendeu ao topo da carreira funcional, que é o posto de general de Exército. Ocupou algumas das principais funções nas Forças Armadas brasileiras, como as de Comandante Militar da Amazônia (2016) e Comandante Militar do Sul (2018). Antes foi designado para cargos-chave, como secretário-Executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e diretor de Ensino da Secretaria de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto do Ministério da Defesa.
Miotto ingressou no Exército em 28 de fevereiro de 1972, na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas (SP). Em 1975, seguiu para a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman) onde, em 14 de dezembro de 1978, formou-se aspirante da arma de Cavalaria, sendo o primeiro colocado da turma. Em seguida, foi designado para atuar no 3º Esquadrão do 1º Regimento de Cavalaria Motorizado, em Passo Fundo (RS). Ele ainda comandaria o 16º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado, na mesma cidade gaúcha.
Entre os aperfeiçoamentos profissionais que fez estão o Curso Básico Paraquedista, o Curso de Operações na Selva, Curso de Oficial de Comunicações, o Estágio de Operações de Inteligência na Escola Nacional de Informações e o Curso de Inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Cursou ainda a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da arma arma de Cavalaria e a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), ambas no Rio de Janeiro, e teve aulas de Comando e Estado-Maior na Escuela Superior de Guerra (ESG) da Argentina. Assim que concluiu esses estudos, em dezembro de 1997, foi designado para exercer a função de Oficial de Ligação junto ao Comando dos Institutos Militares, do Exército Argentino, em Buenos Aires.
Em agosto de 2000 retornou da Argentina para ser comandante do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR) de Porto Alegre. Em 2003 fez o Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia da Escola Superior de Guerra, no Rio de Janeiro. Dali ascendeu para o posto de general, do qual ocupou os três degraus máximos da carreira.
Como Comandante Militar do Sul, chefiou cerca de 50 mil militares do Exército, dos três Estados sulinos. Foi nessa função que assumiu, em 2018, a tarefa de duplicar a BR-116 Sul, a principal ligação da capital gaúcha com a metade sul do Estado. Foram entregues até agora dois trechos da obra, a maior do sistema de Engenharia do Exército.
fonte: Gaucha
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