Acidente aconteceu em 2017
A luta de Ítalo, mutilado pelo descaso na BR-101
 Ítalo Abner, o bombeiro civil que foi atropelado em 2017  e perdeu a perna esquerda ao cair de motocicleta num dos inúmeros buracos dos 30 quilômetros que compõem o contorno urbano  da
BR-101  Região Metropolitana do Recife.
 Mutilado pelo descaso do poder público e a morosidade da justiça Ítalo desde então luta para ter direito a algum benefício e ressarcimento pelos danos físicos e emocionais que sofreu. Já teve duas importantes vitórias na Justiça Federal e, semana retrasada, na Justiça do Trabalho. Mas ainda não conseguiu, devido aos burocráticos trâmites judiciais, ser beneficiado diretamente por essas conquistas.
Saiu vitorioso em duas ações – uma indenizatória contra a União e outra trabalhista contra a empresa onde atuava antes do acidente –, sem que tenha recebido, por enquanto, um centavo do que está buscando. Na prática, Ítalo deveria estar recebendo uma pensão vitalícia de um  salário mínimo, indenização de R$ 100 mil pelos danos moral e estético, e o valor mensal de R$ 2.400, equivalente ao salário que recebia como bombeiro civil, a ser pago até ter a situação regularizada junto ao INSS. Ainda não começou a receber nada e segue na luta, na briga para tentar ter uma vida um pouco mais confortável, apesar de tantas dificuldades.Continua vivendo de favor e de ajuda de familiares e amigos.
“Estou feliz com as primeiras vitórias, mas o fato de ainda não ter recebido nada tem dificultado a minha vida e a da minha família. Estamos no aguardo para conseguir, ao menos o salário minimo".
As ações foram movidas pela Associação Brasileira de Usuários de Veículos (Abuv). O diretor jurídico da entidade, Wilson Feitosa, lembrou que as vitórias de Ítalo Abner são uma prova de que, apesar das dificuldades, é possível conquistar direitos. “Sabemos que ele ainda não recebeu nada, mas isso vai acontecer em breve. A ação indenizatória é que deverá levar mais tempo, cerca de dois anos, mas ele irá receber sim. Tivemos muitas dificuldades na ação trabalhista porque não tínhamos testemunhas, mas conseguimos provar que ele tinha um vínculo empregatício com a empresa em questão”, explicou. 
O atropelamento aconteceu na noite do dia 23 de junho de 2017. Chovia e a BR-101 estava esburacada em praticamente toda a extensão entre Abreu e Lima e Jaboatão dos Guararapes . Ítalo estava na garupa da moto conduzida pelo irmão mais novo e desde o começo da viagem os dois já sofriam com os buracos. Na altura da Guabiraba, Zona Norte do Recife, caíram num enorme buraco e foram atropelados por um ônibus que trafegava atrás. O bombeiro Civil parou embaixo do coletivo. Teve a perna esquerda esmagada até a altura da coxa. 
Na prática, Ítalo deveria estar recebendo uma pensão vitalícia de um salário mínimo, indenização de R$ 100 mil pelos danos moral e estético, e o valor mensal de R$ 2.400, equivalente ao salário que recebia como bombeiro civil.