Eles recebem treinamento sobre como avisar helicóptero caso encontrem algum corpo e passam a atuar no lado esquerdo do rio, diz arqueólogo.
O comando da operação de resgate das vítimas de Brumadinho autorizou na quinta-feira (31), pela primeira vez, que voluntários a participar das buscas por corpos próximo ao Córrego do Feijão, área atingida pelo rompimento da barragem da Vale. O grupo tem, pelo menos, 50 pessoas, entre bombeiros civis procedentes de vários estados, arqueólogos, engenheiros e até bombeiros civis do México.
O arqueólogo Alexandre Cinacchi, do interior de São Paulo, conta que está desde terça-feira em Brumadinho esperando autorização para ajudar, mas apenas na quinta o grupo começou a atuar, passando agora para o lado esquerdo do rio.
De acordo com a assessoria do Corpo de Bombeiros, a autorização só foi dada na quinta-feira devido ao risco que o trabalho apresentava anteriormente. Foi feito um cadastramento e, em seguida, voluntários passaram por treinamento na Faculdade Asa, onde foi montado um gabinete de crise das buscas - por isso a demora para serem autorizados a participar do trabalho de resgate. Aprenderam como avisar ao helicóptero caso encontrem algum corpo, como manusear a pá (caso encostassem em algo que possa ser alguma vítima), dentre outras técnicas.
Bombeiros civis do México estão em Brumadinho e vão ajudar na força-tarefa
“Estou desde terça aqui e ficávamos na porta da faculdade esperando se seríamos usados. E sempre éramos dispensados. Desde ontem estamos tendo uma reunião logo cedo pela manhã com todos os voluntários e um bombeiro, que nos dão as orientações e direcionamento, por GPS, de onde serão os locais das buscas de cada equipe”, disse Cinacchi. “Agora vamos para o lado esquerdo do rio”.
Questionado sobre se já encontrou algum corpo, o arqueólogo disse: “não sei se por sorte, ou por azar, ainda não”.
O bombeiro florestal Leonardo Aparecido, de 22 anos, veio participar da operação com o amigo Mateus Daig, também bombeiro civil, de 27 anos. Ambos são de Guaratinguetá, em São Paulo, e vieram em um grupo de sete pessoas, entre elas, duas mulheres.
“A gente veio na raça, não estamos ganhando nada para isso. A comunidade da cidade se mobilizou para nos ajudar, doaram combustível, conseguimos apoio. Estamos animados para ajudar”, disse Leonardo.
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