Funcionário foi demitido por justa causa, e prestou depoimento à Polícia Civil. Fogo neste sábado fez com que 32 pacientes, incluindo crianças, fossem transferidos, e causou danos.
Um enfermeiro é suspeito de ter causado o incêndio que atingiu neste sábado (18) o sexto andar do Hospital Fêmina, em Porto Alegre. Ele foi demitido por justa causa, e prestou depoimento à Polícia Civil.
O fogo fez com que 32 pacientes, incluindo crianças, fossem transferidos para quatro hospitais da capital gaúcha, além de causar danos a equipamentos e à fiação elétrica.
A câmera de segurança estava posicionada para registrar imagens de quem entrava e saía da sala que pegou fogo. Testemunhas ouvidas pela Polícia Civil disseram que o rapaz mexeu na câmera. O equipamento passou a fazer imagens apenas do lado contrário ao que estava posicionado.
As gravações foram entregues à polícia. Na delegacia, o enfermeiro disse ter batido na câmera quando carregava um suporte para soro. Mas fontes do hospital disseram que ele ficou embaixo da câmera e mudou o equipamento de posição.
Além disso, pacientes e acompanhantes denunciam que nenhum sistema de alarme foi acionado depois que o fogo começou. "No finalzinho, já estava feito o tumulto. Começamos a escutar, daí. Mas no princípio, não escutamos nada", contou o pedreiro Leandro de Araújo.
O Fêmina e outros dois hospitais do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), que é federal, não têm o Plano de Proteção Contra Incêndios (PPCI). O assessor da direção do hospital Desidério Fulbert diz que o PPCI "está encaminhado".
"Já tem projeto, já está na engenharia, já está em estudo para vir esse programa", disse.
Um terço dos hospitais sem PPCI
Segundo o Corpo de Bombeiros, cerca de um terço dos hospitais do Rio Grande do Sul não tem alvará de prevenção contra incêndios. São 247 instituições, enquanto apenas 112 possuem o documento, que é liberado após a apresentação do PPCI, vistoria, teste e aprovação de todos os equipamentos.
"Todas as ações que o Corpo de Bombeiros militar faz, em notificar os hospitais, por exemplo, garantem que não foi verificado nenhum tipo de iminente risco para interdição", explica o tenente-coronel Eduardo Esteva.
O oficial orienta a população a continuar acessando normalmente os hospitais, e denunciem possíveis irregularidades. "Não deixem de usar o serviço de saúde, continuem utilizando o serviço de saúde e, se constatarem alguma irregularidade grave, por favor avise o Corpo de Bombeiros militar para que sejam adotadas medidas de fiscalização", aconselha.
O engenheiro Carlos Wengrover, da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Rio Grande do Sul, disse que as instituições possuem equipes de brigadistas e engenheiros de segurança para evitar incêndios. No entanto, considerou alto o número de hospitais sem PPCIs e alvarás.
"Fico preocupado, porque acredito que prédios com processo completo de PPCI são prédios onde o risco de incêndio é muito menor", disse.
fonte:G1